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A arte de adaptar livros e imagens para o sistema braille



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Um mundo paralelo. Para facilitar a vida de quem não enxerga, o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) capacita os professores que irão atuar na sala de recursos audiovisuais/Caedv. Entre os conteúdos trabalhados estão o braile, para leitura; sorobã, para operações matemáticas; e atividade de vida autônoma, orientação e mobilidade.

Para os alunos cegos, o material escolar é o mesmo que os demais recebem, a diferença é que são adaptados para a linguagem deles, que é um sistema de escrita a partir de pontos em relevo, que são "lidos com as mãos". Não é nada fácil viver na escuridão, por isso os professores do CAP procuram adaptar da melhor forma.

"É bem artesanal, página por página. A cada três anos há mudança do livro didático, então o trabalho recomeça todos os anos", destaca Lia Mara Soster, que trabalha na adaptação dos livros didáticos. O livro em braille é muito grande, porque é em alto relevo e o papel é mais espesso, por isso é enviado por partes, conforme a solicitação do professor.

Os alunos de baixa visão, que às vezes precisam de lupa e de impressão ampliada, frequentam o ensino regular e paralelamente precisam de apoio na sala de recursos multifuncionais/Caedv, por isso a necessidade de formação de professores no CAP.

Neste ano, 30 estudantes cegos precisam de material de apoio. A sala de recursos multifuncionais, que em Beltrão fica na Escola Pedro Algeri/Colégio Beatriz Biavatti, visa contribuir com a aprendizagem e a socialização.

Charges e química em braille

As ilustrações também precisam ser impressas em alto relevo e há um código para isso. Muitas pessoas não têm a dimensão do trabalho que é adaptar para braille, porque não é apenas imprimir. De acordo com Francielli Sganderla, uma prova em tinta, que é para os videntes, de apenas duas páginas, pode chegar a dez em papel sulfite 40, porque é preciso ser mais grosso. Há um código de combinação para adaptações, usados para explicar as estruturas cíclicas da química, por exemplo.

A professora Márcia Carletto, no CAP há 14 anos, comenta que há um editor de texto especial em braille no computador, que já imprime em alto relevo. Ela destaca que o braille não dá conta de tudo, então são feitas adaptações em relevo, como réguas, gráficos e mapas. "É mais trabalhoso, mas é uma forma de contribuir para que eles aprendam."

Os códigos são muito usados em matemática também. Gilson Rovaris, cego, é professor e revisor de material didático em braille. Nos últimos dias, está revisando um livro de matemática do 9º ano.

Cinco CAP no Paraná

Segundo Josiani Brenner, coordenadora, o CAP é um projeto nacional, numa parceria do governo federal e os estaduais. No Paraná, há cinco centros: Curitiba, Londrina, Cascavel, Maringá e Francisco Beltrão. O CAP de Beltrão conta com onze funcionários e atende seis núcleos regionais de Educação: Francisco Beltrão, Pato Branco, Dois Vizinhos, Laranjeiras do Sul, União da Vitória e Guarapuava, num total de 63 municípios.

O atendimento é diferenciado para cada município, dependendo da realidade do aluno, que pode ser bebê ou, então, estar se adaptando porque perdeu a visão, para citar dois exemplos. Além disso, há ainda aqueles de baixa visão, cujo material didático precisa ser adaptado.

Para mais informações, o telefone do CAP é 3523-6385.

Reportagem do Jornal de Beltrão - Publicação: 30-03-2017, 08:51

http://www.jornaldebeltrao.com.br/noticia/257542/a-arte-de-adaptar-livros-e-imagens-para-o-sistema-braille




























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