Experiência em Jogos Escolares

Professores de Educação Física do Sudoeste contam suas histórias vivenciadas nos Jeps. Eles acompanharam várias gerações do esporte regional e não medem esforços para ajudar os mais novos.



Mais de 150 anos de jogos juntos: João Goulart da Rocha Ilha (Francisco Beltrão), Solon Larré Rodrigues (Planalto), Adir Marques Garcia (Ampere), Sidnei Kummer (Renascença) e Almir Hugo Lopes (Francisco Beltrão).

Mais de 60 edições dos Jogos Escolares do Paraná já foram realizadas. Para os alunos, o momento nas competições é único, um acontecimento que marca a sua vida. Mas é preciso valorizar também o trabalho dos professores de Educação Física, que incentivam os treinamentos, acompanham as equipes no alojamento, refeitório e jogos e ainda são responsáveis pelos alunos durante os dias de jogos.

No Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, que compreende 20 municípios, há cinco professores que não falham uma edição dos Jogos Escolares há pelo menos 30 anos. Por coincidência, todos se formaram em Educação Física no Rio Grande do Sul e chegaram à região na década de 1980. São eles: João Goulart da Rocha Ilha, dos colégios Alliança e Reinaldo Sass, de Francisco Beltrão; Solon Larré Rodrigues, do Colégio Estadual João Zacco Paraná, de Planalto; Sidnei Kummer, do Colégio Estadual de Renascença; Adir Marques Garcia, do Colégio Estadual Cecília Meireles, de Ampere; e Almir Hugo Lopes, do Núcleo Regional de Francisco Beltrão e coordenador técnico da fase regional. Juntos, eles têm mais de 150 anos de histórias vivenciadas em Jogos Escolares do Paraná.

“É uma experiência muito interessante. Hoje em dia tem alunos que dizem que seus pais já tiveram aula conosco. Isso representa que acompanhamos várias gerações”, comenta Sidnei Kummer, o mais “jovem” dos cinco. Ele nasceu em Renascença, se criou em Espumoso (RS) e se formou na Aprocruz, de Cruz Alta (RS).

“Para nós é uma grande satisfação trabalhar com esses alunos. E, por conta dos jogos, acabamos criando uma amizade muito grande entre nós, professores. Isso é realmente muito bom, pois nos enfrentamos diversas vezes nos jogos e o respeito permanece sempre”, acrescenta Solon, que se aposenta no ano que vem.

Adir, que foi homenageado na cerimônia de abertura dos Jogos Escolares em Ampere e Santa Izabel D´Oeste, também tem muitas histórias para contar. Quando chegamos aqui, havia uma falta muito grande de professores nesta área. Então os prefeitos não queriam deixar a gente ir embora. Acabei ficando em Ampere e gosto muito daqui hoje”, diz o professor que, assim como Sidnei, Solon e João, se formou em Cruz Alta (RS).

“São milhares de alunos que já passaram pelas nossas mãos. Hoje muitos deles são grandes amigos nossos. É bom quando a gente vê que a admiração de um aluno permanece mesmo depois que os jogos acabam”, avalia João, que já trabalhou também em Pérola D´Oeste.

“Vivenciamos muitas histórias engraçadas juntos. Quando a gente se reúne, a conversa fica muito engraçada. Acho que isso é muito positivo, pois sempre procuramos incentivar os professores mais novos, que acabam se tornando nossos amigos também”, diz Almir, que é natural de Erechim (RS), mas se formou na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria/RS).

Mas não foi fácil reunir os cinco professores para uma foto na fase regional dos Jogos Escolares em Ampere e Santa Izabel D´Oeste, pois os compromissos com os alunos dificultou um pouco. Enquanto um estava em um ginásio, outro estava em uma praça esportiva mais longe, com outra modalidade. Entretanto, o registro dessas cinco personalidades esportivas do Sudoeste é necessária para que os seus alunos possam valorizar ainda mais o trabalho no cotidiano de um professor de Educação Física.

Fonte: Assessoria e JdeB (Reportagem publicada no Jornal de Beltrão dia 25/05/14 - domingo)